quinta-feira, 3 de maio de 2012

Bloqueio em alto mar




Após o bloqueio do quebra-gelo finlandês Nordica, nesta semana, ativistas do Greenpeace voltaram a interceptar, em alto mar, o navio contratado pela Shell, em um protesto pacífico para impedir o início da exploração de petróleo da região do Ártico.
De propriedade do governo finlandês, o Nordica foi contratado pela petroleira multinacional para dar apoio às atividades de perfuração de poços de óleo no norte do Alasca, no Ártico –uma região de ecossistema sensível e condições climáticas extremas, onde um vazamento seria praticamente impossível de limpar.
Nordica foi interceptado na madrugada de hoje (03/05) em água suecas, quando rumava para o Ártico. Seis ativistas escalaram o quebra-gelo e se acorrentaram a bordo. Eles pedem que a multinacional abandone seus planos de perfurar cinco poços de petróleo no Alasca neste verão. Neste momento, os ativistas resistem a bordo.
“Os planos irresponsáveis da Shell representam uma ameaça inaceitável a um lugar único da Terra”, disse Therese Jacobson, do Greenpeace Nórdico. “Estamos em uma encruzilhada. Ou decidimos proteger o Ártico ou permitimos que a Shell e outras corporações gananciosas destruam esta região preciosa. A escolha é clara: devemos proteger o Ártico.”
A Shell foi a primeira grande petroleira a colocar a região do Ártico como foco de suas atividades exploratórias. Se a multinacional tiver êxito em encontrar petróleo, a expectativa é que se inicie uma corrida sem precedentes na região, em busca das últimas reservas de óleo.
Um dos mais importantes santuários do mundo, o Ártico já sofre com os efeitos do aquecimento global e redução das calotas polares. Em 30 anos, a região perdeu 75% de seu gelo e as temperaturas lá estão aumentando em grande velocidade, se comparadas com outras partes do planeta.

Shell avança sobre o Ártico




Em uma nova tentativa de convencer a multinacional Shell a abandonar seus planos de exploração no Ártico –região que abriga um ecossistema sensível e já ameaçado pelo aumento das temperaturas globais–, ativistas do Greenpeace bloquearam dia 01/05/2012, em Helsinque (Finlândia), um navio quebra-gelo a serviço da empresa e que estava prestes a partir para o Alasca como apoio às operações de perfuração de petróleo.
Ao todo, quarenta e dois ativistas de 13 países participaram da ação pacífica. Vinte deles se acorrentaram a bordo do navio Nordica, impedindo sua partida.
Após seis horas e meia de resistência, a polícia removeu os manifestantes. Mas, para a surpresa das autoridades finlandesas, outros 22 ativistas a bordo de botes infláveis conseguiram furar o cerco da guarda costeira e instalaram boias diante do Nordica. Enquanto isso, outros nadaram em direção ao quebra-gelo. No final da ação, todos os ativistas foram presos.
“Viemos aqui hoje representando cerca de 400 mil pessoas em todo o mundo que, durante os últimos dois meses, enviaram cartas para os executivos da Shell manifestando sua oposição aos planos irresponsáveis da empresa de perfurar [poços de petróleo] na preciosa região do Ártico”, disse Tapio Laakso, do Greenpeace Nórdico.
De propriedade do governo finlandês, o Nordica dará suporte a duas plataformas da Shell que, neste verão, iniciarão as perfurações de cinco poços de petróleo na costa norte do Alasca. Após o protesto do Greenpeace, o navio partiu em direção a seu destino.
A Shell foi a primeira grande petroleira internacional a colocar o Ártico como foco de seus planos de exploração. O temor é que, caso a empresa tenha êxito em suas prospecções, se dispare uma corrida pelo óleo sem precedentes na região.
As condições climáticas extremas do Ártico e o curto verão representam um desafio operacional para a Shell, que conta com uma pequena janela de tempo para a perfuração dos poços antes do retorno do gelo do inverno. Um vazamento de óleo nesta região teria efeitos devastadores para o sensível ecossistema da região e seria praticamente impossível de limpar.

Segurança de Angra 3 em cheque


O governo alemão adiou a decisão sobre o empréstimo que seria feito para a construção da usina nuclear de Angra 3. Brasil e Alemanha são parceiros atômicos desde a década de 1970 e acordaram um valor equivalente a 41,4% do custo da usina, equivalente a 1,3 bilhões de euros. O financiamento viria de uma associação de bancos europeus, com garantia de empréstimo dada pela Hermes, agência estatal de crédito alemã.
O responsável pela prorrogação do financiamento foi o estudo de segurança da usina apresentado pela Eletronuclear que foi considerado insuficiente e incompleto. Alguns aspectos relevantes à segurança não foram apresentados no relatório como, por exemplo, um teste de estresse exigido pelo governo alemão depois do acidente em Fukushima, no Japão.
O Greenpeace Alemanha já havia divulgado dois estudos que indicavam a possibilidade de uma catástrofe nuclear acontecer em Angra 3 devido a ausência de certos componentes essenciais de segurança que poderiam fazer com o que o Brasil tivesse uma catástrofe ainda maior do que a de Fukushima.
Sem a segurança garantida, o projeto de Angra 3, concluído há cerca de quatro décadas, felizmente vai continuar sendo apenas um projeto. Um país como o Brasil, com um potencial imenso de energias renováveis, poderia aproveitar os ventos e a irradiação solar para se tornar o primeiro país com uma economia forte baseada em uma matriz energética limpa e sustentável. Não há motivos para que a exploração de petróleo na camada pré-sal seja incentivada, muito menos para receber investimentos internacionais em energia nuclear.
A incoerência também foi apontada por alguns parlamentares alemães que disseram não fazer sentido a chanceler alemã Angela Merkel ter anunciado que, até 2022, não haverá mais energia nuclear na Alemanha, e continuar incentivando construções de novas usinas em outros países.